sexta-feira, 3 de julho de 2009

CORINTHIANO SOFREDOR? GRAÇAS A DEUS!


Quarta-feira, dia primeiro de julho de 2009, 20h50, mesa de bar (Barbaquá pra ser mais preciso). Olhos vidrados em uma televisão de plasma, 42 polegadas, recém adquirida pelos proprietários do estabelecimento. O motivo, é claro, não é a imponência do monitor, nem tampouco as cores vibrantes que são exibidas na tela. Mas sim uma decisão que – pelo menos para mim e para outros tantos milhões de corinthianos espalhados pelo Brasil – estava “engasgada” desde a trágica final da Copa do Brasil contra o Sport do Recife em 2008. Mais uma vez o “Todo poderoso Timão” mostrava sua força e decidia um título nacional. Desta vez precisávamos ganhar! Caso contrário... Bem, é melhor nem imaginar outro desfecho para esta história!

Enquanto a partida “comia solta” fiquei recordando alguns capítulos da minha história com o Corinthians. Sim minha gente, cada corinthiano tem uma relação própria com o clube, um “causo”, uma lembrança que seja que ligam o timão à sua vida. Nesses instantes viajei mesmo: a alegria de ser campeão paulista este ano, a conquista da Série B de forma brilhante, o rebaixamento em 2007, o brasileiro de 2005 (neste ano dividia a atenção com a cobertura dos focos de Febre Aftosa no sul de MS), e assim sucessivamente, cronologicamente retornando ao passado com as conquistas do timão. Foi então que me lembrei de uma história que poucos acreditam, mas que eu juro, é a mais pura verdade: sou corinthiano desde quando nasci!

Eis a prova:
Como é costume, muitos pais presenteiam os parentes e amigos com uma pequena lembrança no dia da primeira visita que fazem ao recém-nascido. Nesse campo já viraram clichês lembrancinhas como chupetas, cartões, sapatinhos de crochê (ou tricô, nunca sei o certo), enfim, tudo o que represente os pequeninos “neninhos” que acabam de vir ao mundo. No meu caso foi diferente. A idéia – muito feliz e provavelmente originada na mente “visionária” do meu saudoso pai – acabou servindo como o meu primeiro “elo” com o Corinthians. É sério! Quem me visitou recebeu de lembrança um pequeno cartãozinho com meu nome, data de nascimento, etc., e um bonequinho (pequeno mesmo) com o uniforme do timão pintado no corpo! Ah, estava clara a minha “preferência futebolística” antes mesmo de entoar o meu primeiro choro! Corinthiano desde o primeiro minuto neste mundo! Que beleza, que beleza (como diria o narrador Milton Leite, do Sportv). Quem esteve presente naquele dia (quase 27 anos e 7 meses atrás) pode comprovar o que estou escrevendo. Até tentei achar uma destas lembranças para mostrar aqui, mas não encontrei. Sei que ainda existe uma lá em casa, se achar prometo: colocarei uma foto neste blog.

Promessas a parte, o fato é que esta minha primeira história como corinthiano ficou latente em minha cabeça na última quarta-feira. Com ela ou a partir dela, recordei outros tantos momentos de minha vida como torcedor. Também fui adolescente fanático pelo time, colecionador chaveiros, recortes de jornais e revistas, pôsteres, flâmulas, e todo o tipo de bugiganga que mencionasse o timão (ah, algumas eu ainda tenho guardadas). Coisa de moleque?!? Talvez...

Também já cheguei a brigar “feio” com meu pai por conta do time. E olha que foi ele quem – de certa forma – me colocou nesta torcida! Este capítulo ocorreu em 1993, durante a decisão do Campeonato Paulista. Pensa no clássico: Corinthians e Palmeiras. Dói só de lembrar! Depois de vencer o primeiro jogo da decisão por 1 a 0 (gol do Viola, aquele polêmico, comemorado como um porco – ou suíno como deve ser dito) me enchi de esperança para o jogo decisivo. Lembro que até apostei com o dono de uma mercearia próxima a minha casa (morávamos em Cuiabá nesta época), palmeirense fanático, da época do Palestra Itália ainda. Antes não tivesse apostado! O timão fora massacrado: 3 a 0 no tempo normal e ainda perdeu por 1 a 0 na prorrogação (nem adianta perguntar: eu não sei porque raios ainda teve a prorrogação, era uma “regra” do campeonato naquele ano). Dupla derrota no mesmo dia! Fiquei arrasado. Meu pai tentava me consolar, mas ao mesmo tempo tirava um sarrinho da minha cara. Fiquei puto com ele. Briguei, chorei, fiquei louco de raiva! Ele só ria! Minha mãe, flamenguista, tentava amenizar. Meu irmão do meio, o Edinho, até então corinthiano, não pensou duas vezes: trocou o amor pelo Corinthians pelas cores rubro-negras do Flamengo, que um ano antes havia consagrado-se como pentacampeão brasileiro (coitado! Mal sabia ele que aquela seria a última vez que o time carioca levantaria a Taça do brasileirão, o que não se repetiu durante estes 17 anos seguintes). Até o André, irmão caçula, com apenas 4 anos de idade na época abandonou o timão! Passou a torcer, acreditem, para o Paraná Clube! Tadinho, é louco!

Eu resisti! E como diz o ditado, ri por último! Continuo rindo! De lá pra cá foram muitos os títulos: assisti aos 3 da Copa do Brasil, a mais 3 Brasileiros, ao Mundial (e não adianta contestar não, é reconhecido pela FIFA), Torneio Rio-São Paulo, Campeonatos Paulistas... Vivi nestes anos todos, relações de amor e ódio com o Corinthians. Mas é justamente esta a graça de ser torcedor, é preciso aprender a vencer e a ser derrotado, a dar a volta por cima, a comemorar os momentos de alegria e também recordar os de tristeza.

Meu irmão caçula deve estar aprendendo isso (desculpem pelo gerúndio): voltou a usar a camisa do Corinthians e quem esteve no Barbaquá no último dia primeiro, viu o quanto ele vibrou com os gols do timão no Internacional. Efeito Corinthians? Efeito Ronaldo? Sei lá... acho que as respostas são os efeitos FELICIDADE, EMOÇÃO, SOFRIMENTO, GARRA, EXPLOSÃO, que contagiam a todo corinthiano. No fim do jogo, com o título nas mãos, ajudou-nos a cantar em uníssono o coro marcante de 2007: “aqui tem um bando de louco, louco por ti Corinthians...”

Quanta euforia! Após este misto de passado e presente olho para os lados: as mesas já estão praticamente vazias. Abraço a minha noiva (Marina linda!). Continuamos comemorando em voz baixa... A tela de plasma ainda prende a atenção por mais alguns minutos. Falta levantar a taça, dar a volta Olímpica, saudar a torcida, dar entrevistas. Pronto! Agora sim! Podemos sair de frente da TV! Coração aquecido, adrenalina em alta, felicidade estampada no rosto! No dia seguinte o efeito vitória ainda se faz presente. Hoje, dois dias após a decisão, também. E eu sei, será assim até a próxima partida, contra o Fluminense na próxima quarta-feira. A partir de então a felicidade será apenas uma sombra... Deste dia em diante a história será outra: agora iremos lutar pelo Brasileirão! Vamos lá timão!

3 comentários:

Cami Bertagnolli disse...

Concordo em gênero, número e grau com vc!!!! É o sofrimento que faz a vitória ser tão boa!!! E, principalmente, ninguém se diverte tanto quando diz "eu avisei" quanto um corinthiano!!!
Um beijo e até a próxima conquista!!!
Berta

Anônimo disse...

Aaaaaaaaaaaaaahhhh... sensação indescritível!!! Timão Campeão!!!

E daqui pra frente estarei presente em todas as etapas do "todo poderoso"... até nascer o nosso "neninhos" e a gente fazer uma lembrancinha do timão pra ele. Hahahahahhaha...

André Patroni disse...

Hahaha, efeito "Ronaldo"...
Quando um homem escreve com paixão ele mostra o porder das palavras!
É isso aí, meu irmão, salve o timão! E será esplendoroso o gavião até a gralha azul reinar soberana e vencer o brasileirão, primeiro da série b, depois da série A. Hahaha